quinta-feira, 18 de outubro de 2012

Crise em Viracopos


As crises econômicas, financeiras, políticas e sociais se intensificam todos os dias na Europa, Ásia , Estados Unidos, Oriente Médio e na América Latina.
O Brasil ainda se destaca no cenário internacional principalmente na área econômica, canalizando investimentos externos com retorno de bons lucros para suas matrizes e investimentos internos pelos programas governamentais e para o financiamento  dos grandes eventos que se aproximam.
Mas ainda temos grandes óbices em áreas centrais do governo , como: falta de  infraestrutura, falta capacitação profissional e inovação,  corrupção , falta de políticas públicas eficientes e eficazes, falta de segurança e desconfiança efetiva no desenvolvimento sustentável do país.
A falta de estratégia  e visão governamental e mesmo empresarial, está levando a prejuízos e desconfianças de investidores e da população.
Estamos com vários eventos programados no Brasil: Copa das Confederações (2013), Visita do Papa (2013), Copa do Mundo (2014), Olimpíada (2016) e outros grandes eventos artísticos e esportivos. Também não podemos esquecer das obras de infraestrutura que estão sendo executadas no país.
Mas o governo e as empresas estão e ou se preparam para os riscos e crises ?
No último final de semana no aeroporto internacional de Viracopos em Campinas,  tivemos um evento, o estouro de um pneu de um avião de carga na pista principal,  gerando mais uma crise no setor aéreo nacional .
Pergunta?
1 - Onde está  o planejamento estratégico, operacional e tático para lidar com a crise?
2 - Onde está o plano de contingência e de crise para este evento? Se tem, por que demorou tanto tempo para resolver a crise? Quem foi o responsável em  gerenciar a crise? Alias, foi acionado o plano de crise?
3 - Foram avaliados os riscos do aeroporto ?

O aeroporto ficou fechado por 46 horas; 512 voos foram cancelados e 40 mi passageiros foram prejudicados.
De quem é a responsabilidade e quem paga todo esse prejuízo financeiro e moral?

As seguradoras irão reavaliar seus seguros para este aeroporto. E com certeza para toda infraestrutura dos eventos no país, já que a desconfiança aumenta.
O que vemos mais uma vez são instituições governamentais se eximindo de culpa e repassando para empresas privadas que também não podem ser eximidas de culpa, pela falta de gerenciamento e repasse de informações destas situações pré existentes.
Será que ninguém sabia que um aeroporto de importância logística e comercial como Viracopos, não poderia ser surpreendido com  este acidente? Ninguém pensou em adquirir um recovery kit air como equipamento de socorro para uma possível crise?
Foi gerada uma crise corporativa com perdas financeiras, confiança e emocionais para todos os envolvidos e para o país.
Mas será que todo este estresse seria necessário caso governos e empresas investissem mais no preparo e prevenção de riscos e crises?
Falamos tanto de PPP - Parceira Público Privado e por que isso não é feito na prática num caso simples de um estouro de pneu, (previsto), onde os riscos poderiam ter sido minimizados e a crise ser bem gerenciada ?
Vejamos um exemplo positivo:
"A Quatar Airways tem reforçado suas operações com a aquisição de equipamento completo de recuperação de aeronaves - a primeira companhia aérea no mundo a possuir o kit de estado-da-arte completa.Há apenas 11 kits completos a nível mundial, mas as peças dentro de cada kit são de propriedade separadamente pelas companhias aéreas e aeroportos em todo o mundo.

O equipamento completo é o primeiro de seu tipo em qualquer lugar do mundo.
A Qatar Airways kit de recuperação de aeronaves é transportável e capaz de recuperar a aeronave de passageiros maior do mundo, o Airbus A380, a partir de sites de incidentes em qualquer lugar do mundo, além de quaisquer outros tipos de aeronaves.

Com um investimento de EUA $ 3,2 milhões, o equipamento permite hub da companhia aérea Doha para ser capaz de recuperar as peças do equipamento de qualquer tipo de aeronave após um incidente que torna uma aeronave não operacional.

Prática típica na indústria da aviação chama para a companhia aérea e do aeroporto para completar a devida diligência na remoção de uma aeronave de um local onde foi danificado como resultado de um acidente.
Qatar Airways recentemente testado cada aspecto de seus equipamentos recém-adquiridos em um exercício que foi um esforço conjunto realizado pela companhia aérea Qatar Aviation Services, Aeroporto Internacional de Doha e observado por Qatar Civil Aviation Authority e da Força Aérea do Qatar.

Qatar Airways emprega uma equipe dedicada totalmente treinados no equipamento.

O executivo-chefe da Qatar Akbar Al Baker disse: "Quando olhei para comprar uma completa end-to-end kit de recuperação de aeronaves, avaliamos o que beneficia o equipamento traria não só para a Qatar Airways e Aeroporto Internacional de Doha, mas sim como um investimento para a indústria como um todo".
Mais no Brasil as coisas são diferentes. A vaidade, a arrogância e o despreparo de muitos nos levam a crises e "cases" negativos que são repercutidos no mundo todo quebrando a confiança no país.
Agora um burocrata está levantando os fatos e as culpas para serem apuradas. Como já é notícia passada, o assunto e relatório irá para uma gaveta e esquecido.
Continuamos sendo omissos e displicentes  com as nossas "coisas" e segurança.
Com esta filosofia que no Brasil nada acontece, a falta de zelo, preparo e inteligência poderá nos levar a situações e desastres nunca acontecidos no Brasil.