quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Guerra no Rio de Janeiro

O que assistimos no Rio de Janeiro não é apenas um bando de bandidos e traficantes. O Rio vive a tempos uma guerra irregular levando medo ao Estado e a sociedade.
O modus operandi dos criminosos são os mesmos utilizados em guerrilhas, ou seja, determinados, de baixo impacto e de grande repercussão levando a tensão e o terror.

Técnicas utilizadas:
ações psicológicas para intimidar a população e o Estado;
Ø operações de combate subterrâneo - (Ostensiva e Clandestina);
Ø ações compartimentada em células buscando pontos determinados e sem reação;
Ø dispõe de informantes observadores e de proteção para suas operações;
Ø suporte logístico e de suprimentos aos grupos armados;
Ø situação demográfica e topográfica do Rio favorece os ataques criminosos;
Ø a posição de cobertura dos criminosos dentro dos morros favorece a sua proteção;
Ø baixo custo dos ataques x recursos disponível do Estado;
Ø organizações verticalmente organizada; (ordem determinada e medo dos seus subordinados).
Ø Infelizmente o governo administra essa crise como se fosse mais uma ação isolada;
O Brasil precisa repensar sua Política de Segurança;

Política Preventiva - políticas sociais, educacionais, saúde e habitacionais são importantes para o desenvolvimento e a sustentabilidade da população.
Política Proativa de Segurança - Uma nova doutrina de Política de Segurança. Primeiro definir o que e quem são os inimigos do Estado e da sociedade e combater a guerra irregular existente no nosso país.


Nunca devemos esquecer que desarticular as forças irregulares, é necessário atender a dois pré-requisitos: VENCER A GUERRA DE INFORMAÇÕES - (INTELIGÊNCIA) E CONQUISTAR O APOIO DA POPULAÇÃO.
Se esses pré-requisitos falharem o combate já começa perdido. Todos falam em Inteligência nessas horas, mas se esquecem que Inteligência necessita de investimento no homem e em tecnologia, o que não vêm ocorrendo no Brasil.
A Inteligência antecipa os acontecimentos e assim as ações do Estado serão mais precisas e cirúrgicas.
Se a situação não for definida rapidamente a população começa a perder a confiança no Estado, dando mais munição aos bandidos e traficantes.

Nesse momento estamos na fase do gerenciamento de crise pois a CRISE já está instalada na cidade.
Volto a perguntar:
Ø Já está definida a crise?
Ø Quais são os recursos?
Ø Quem está gerenciando essa crise?
Ø O local de gerenciamento está definido?


Não adianta colocar o efetivo inteiro da Polícia nas ruas pois as ações são determinadas. O que necessita é um planejamento eficaz e ações como:
Ø Ênfase nas operações de Inteligência para evitar mais efeitos colaterais;
Ø Estabelecer os pontos sensíveis da crise e estabelecer prioridade de segurança nessas áreas;
Ø Adoção de uma autoridade central única,
Ø Reorientação das forças policiais;
Ø Negar e combater refúgios para os bandidos;
Ø Suprimento e logística para a força policial e outras;
Ø Capacidade de operar e colaborar em conjunto com outras corporações policiais e agências, (deixar o orgulho de lado);
Ø Intensificar as operações psicológicas perante a população e enfraquecer o espírito e poder de fogo dos bandidos;
Ø Incentivar a utilização de forças especiais nas operações cirurgicas com apoio da Inteligência;
Ø Liderança e Legitimidade.

Acorda Brasil!

Um comentário:

  1. Depois dos dias de terror vividos pelos moradores da cidade do Rio de Janeiro, o governador do estado disse que o exército permanecerá na cidade até 2011. Observamos mais uma medida paleativa, para uma cidade que está carente de uma segurança pública que trabalhe para solucionar os problemas gravíssimos que vem enfrentando.
    Apenas a presença do exército não irá solucionar todos os pontos aqui citados e que são fundamentais para extirpar a bandidagem da cidade do Rio de Janeiro e devolvê-la para seus cidadãos de bem.
    Mais uma vez, Gennari, você conseguiu fazer uma análise de pontos fundamentais para efetiva retomada da cidade. Parabéns

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