domingo, 23 de junho de 2013

Caos na Gestão de Crise


Nas últimas duas semanas o Brasil vive uma situação inusitada em nossa história. Milhares de brasileiros se manifestam por causas justas buscando um país melhor.
As manifestações se iniciaram em São Paulo e Rio de Janeiro, e as contra medidas não foram  eficientes e adequadas, aumentando então, a tensão entre manifestantes e policiais.
A massa e a crise foi crescendo pelo país e,  qual foi a reação e as contra medidas do governo perante as manifestações?

Será que o GSI - Gabinete de Segurança Institucional - não tinha as informações estratégicas para assessorar a presidente da República?  E nos estados e municípios, não tem assessoramento para crise?
Será que a presidente não acredita na Inteligência Brasileira? ou o Ministro do GSI não está tendo a liderança e comando do gabinete e/ou mesmo da ABIN?
A Inteligência é a ferramenta fundamental para gerenciar um país e também uma empresa. Nos Estados Unidos, a inteligência é uma ferramenta prioritária para assegurar a segurança e a democracia do país. Quando se inicia uma crise, o presidente americano assume o comando e controle do gabinete de crise, conforme protocolos de local e dos membros participantes.
Se a Inteligência  foi ignorada ou mesmo descartada,  a presidente fica no escuro, sem entender e tomar decisões perante a crise nacional.
As manifestações cresciam todos os dias, e a população, empresas, imprensa e a comunidade internacional buscavam informações oficiais  junto aos governos federal, estaduais e municipais.
Mas a onde buscar a informação correta?
 O governo federal,  estados e municípios afetados diretamente pelas manifestações,  não estavam prontos  e não entendiam a crise e qual a sua origem.
Pergunta: Onde estava o gabinete de gerenciamento de crise dos governos para gerenciar e dar as respostas adequadas ao país?
 A presidente Dilma só se manifestou depois de vários dias do início da crise. Relembrando: A preservação da imagem numa crise é fundamental para a reputação e garantias do Estado.
Estamos no meio das Copas da Confederações. O investimento até a Copa do Mundo de 2014 será de aproximadamente 28 bilhões de reais. 
Com certeza a nação brasileira, investidores e a FIFA não estão satisfeito com o resultado, pois a cobertura da Copa das Confederações foi sufocada pelas manifestações em todo o Brasil.
E o prejuízo, quem paga?  
Ficou claro que o investimento em  Segurança dos Eventos não foi eficiente e adequado. Até agora se gastou mais de R$ 600 milhões de reais em segurança que não conseguiu identificar a extensão da crise trazendo prejuízos ao Brasil e o evento .
Foi criado o CICC - Centro Integrado de Comando em Controle - com alta tecnologia no Rio de Janeiro e outros locais para gerenciar o evento e as possíveis crises.
E qual foi a eficiência destes centros em identificar a crise das manifestações? Novamente esqueceram do investimento na capacitação  da Inteligência. O equipamento é importante mas o homem é fundamental.
Qual foi o preparo e a estratégia  para gerenciar a crise?
Em São Paulo e Rio de Janeiro, a primeira reação foi colocar a tropa de choque na rua, seguida por outros estados.  Será que  em nossos dias foi a estratégia mais adequada? Sabemos que não foi a mais eficiente pois o confronto aumentou.
O CDC - Controle de Distúrbio Civil - foi feito adequadamente? Assistimos no Rio de Janeiro a Polícia Militar dizendo que os "cases" serão estudados para diminuir os riscos e aumentar a eficiência.
Por que não foi estudado os "cases" nacionais e internacionais antecipando o preparo e eficiência para gerenciar as possíveis crises? Talvez não acreditassem que uma crise desta fosse acontecer no Brasil. Isso é despreparo.
Em Brasília, os manifestantes correram um grande perigo quando subiram nas cúpulas do Congresso Nacional. Imagine se caísse as cúpulas com as pessoas? Podem dizer, como controlar tantas pessoas? Se tivesse gerenciando a crise com certeza saberiam que as pessoas de Brasília iriam para o Congresso e antecipado a segurança adequada do local.
Na última quinta feira, em Brasília, o fato se repetiu e o confronto aconteceu novamente e os manifestantes correram, e alguns criminosos atacaram o Itamaraty. Mas será que o comando da Polícia de Brasília pensou para onde escoar as pessoas que estavam na frente do congresso?  
 Não são os fuzileiros navais que fazem a segurança do Itamaraty?  Se sim, onde estavam na crise? Onde está a integração dos poderes?
Hoje (23/06/13), Estado de São Paulo, Política, matéria - "O país nas ruas" , vem corroborar com a falta de preparo para a crise.
".......a presidente Dilma Rousseff criou uma espécie de gabinete de crise e rompeu o isolamento do Palácio do Planalto. Avessa a negociações e alvo de críticas no Congresso, ela foi obrigada a montar uma agenda de emergência......."
Gabinete de Crise não se improvisa é uma decisão estratégica para preparar medidas,  protocolos e decidir dentro do comitê as ações de gerenciamento de crise.
O gerenciamento de crise tem que ser definido como política estratégica do Estado, com planos de contingência e emergência,  com seu gestor e membros permanentes e convidados.
É necessário que o Estado esteja ligado aos riscos e as possíveis crises do país. A crise não se inicia agora ela já começou em  tempos anteriores.
O Estado  precisa ter a cultura e a organização de Inteligência preparada para proteger o interesse da nação e a integração com a sociedade, principalmente a  iniciativa privada, que investe e prepara suas ações para superar as crises.
Com certeza as manifestações por um país melhor não para por aqui.  O povo brasileiro e as manifestações faz parte da democracia e o Estado precisa entender as reivindicações e zelar pela segurança e integridade do país.
Nunca subestime a inteligência do povo brasileiro.

 

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