terça-feira, 17 de agosto de 2010

A Importância da área de Continuidade nos Negócios em uma Organização

As 09:04 hrs do dia 06 de dezembro de 1917, a capital Halifax, localizada na província da Nova Escócia sofreu o que muitos especialistas em emergência apontam como o primeiro desastre registrado. Nesta data, o navio Mont-Blanc, colidiu com o navio Imo causando uma grande explosão. O Mont-Blanc, que estava transportando uma carga secreta de 233.188 kg de Benzeno, 56.188 kg de Trinitrocelulose, 1.602.519 kg de Ácido Pícrico em sua forma liquida, 544.311 kg de Ácido Pícrico em sua forma solida e 226.797 kg de TNT, devido a um principio de incêndio que não foi controlado pela tripulação explodiu.

O impacto deste terrível desastre foi devastador. Duas mil pessoas perderam a vida – metade delas instantaneamente. Nove mil pessoas ficaram feridas gravemente e o prejuizo financeiro na época foi calculado em US$30 milhões ou US$500 milhões em valores atuais. A explosão causou uma Tsunami que destruiu boa parte de Halifax. Para se ter uma idéia do tamanho da castastrofe, especialistas americanos do Projeto Manhatan – o projeto da primeria bomba atomica, utilizaram os dados deste evento para iniciar os estudos de impacto após o acionamento de uma bomba atomica.

Em 27 de março de 2009, uma fábrica de produtos químicos para limpeza, explodiu, interditando três quarteirões em torno da empresa, gerando transtorno para moradores, paralizando o trânsito e impactos financeiro para outras empresas. O estado de Santa Catarina, foi atingido pelas chuvas que castigaram o estado por vários dias, deixando um saldo de mais de cem mortos e milhares de desabrigados. O impacto direto na economia do estado esta sendo refletido até hoje, a mais de três meses da tragédia.

Não podemos deixar de citar os atentados terroristas de 11/09 de 2001. Evento que assim como a Explosão de Halifax, sobrepôs alguns paradigmas referente ao assunto Segurança, seja de uma empresa, seja na forma como transportar produtos acabados e materia-prima e principalmente na forma de como será mantido o seu negócio após uma catastrofe.

A área de Continuidade nos Negócios de uma organização deverá elaborar estudos referentes aos riscos que esta organização esta exposta, coletar, processar e apresentar uma análise de impacto nos negócios e, ao ser identificado os processos que possam causar uma parada na operação da organização.
Planos de Contingência deverão ser escritos com a participação dos gestores, coordenadores e principalmente com os responsáveis por cada operação do referido Processo de Negócio.

Quais áreas serão afetadas com a sua indisponibilidade? Quais os impactos financeiros, operacionais e de imagem? Estas e outras perguntas referentes ao Processo de Negócio serão realizadas durante a entrevista de Analise de Impacto.

A construção de um Plano de Contingência ou Plano de Recuperação de Desastre, é planejar ações que deverão ser tomadas em um momento que não faz parte do dia-a-dia da maioria das pessoas, seja um incêndio, uma paralisação de transportes ou até mesmo ações terroristas ou criminosas.

A Lei Sarbanes-Oxley, conhecida como SOX, foi editada com o objetivo de restaurar o equilíbrio dos mercados.

Lembre-se: Não basta apenas escrever os Planos. Ao final da elaboração todas as equipes envolvidas diretamente no Plano, deverão realizar um treinamento e logo em seguida, um teste com o Plano para comprovar a sua efetividade e aderência.

Empresas com uma boa maturidade no assunto de Continuidade solicitam aos seus fornecedores evidencias da realização da existência dos Planos de Contingência e de seus respectivos testes para os principais cenários que possam impactar sua operação. Para as empresas de transporte, são solicitadas evidencias dos Planos para cenário de interdição de rodovias ou cenários de incapacidade de produção ou armazenamento de produção em uma localidade.

Pensar em Continuidade é pensar em segurança, qualidade e principalmente em todos os nossos clientes internos e externos.
Ricardo Giovenardi, S
BCI, Member of IAEMSpecialist in Intelligence and Business Continuity

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