terça-feira, 21 de janeiro de 2014

Reflexão 2014


Inicia-se o ano e todos perguntamos: Como será o Brasil em 2014?

Resposta difícil mas podemos pensar em cenários.

O Brasil vive um momento confuso e difícil: econômico, social e político.

Econômico:  o Banco Central Brasileiro acabou de elevar a taxa básica de juros para 10,50% a.a. , com tendências de alta.

O governo brasileiro tem utilizado se de políticas fiscais, monetárias e cambiais para combater á  inflação, custos governamentais, câmbio e fuga de capitais.

Nos últimos anos, tivemos um PIB pífio para os padrões brasileiros em pleno emprego, uma situação atípica para uma economia.

Os investidores estrangeiros e mesmo os nacionais estão insatisfeitos e desconfiados com a economia brasileira. Os mesmos buscam novas estratégias e novos mercados na América Latina, México, Colômbia e Peru.

O Brasil evoluiu principalmente com políticas assistencialistas, elevando o padrão da classe menos favorecida ao consumo, porém, não sendo suficiente para o desenvolvimento do país.

O "gargalo" logístico e estrutural ainda sufoca o crescimento e desenvolvimento do Brasil. Continuamos sem estrutura adequadas para portos, estradas, aeroportos  e ferrovias, inviabilizando investimentos e crescimento.

Realmente nos últimos anos o Brasil recebeu muitos investimentos, principalmente em fusões e aquisições que não superou os problemas e gargalos do país.

Em 2014 teremos no primeiro semestre carnaval, copa do mundo e muitos feriados. No segundo semestre teremos eleições gerais, diminuindo os dias úteis de produção e trabalho no ano. Outro fator preocupante será as manifestações que poderão ocorrer antes, durante e depois da copa,  principalmente se a seleção brasileira perder, esse resultado poderá refletir diretamente na economia e eleições.

A economia em 2014 será modesta sem grandes investimentos , moderada na produção para não gerar grandes estoques, o câmbio em alta pela fragilidade brasileira e crescimento americano,  queda no emprego formal , aumento da taxa de juros básica (Selic) próximo dos 13%, inflação fora da meta, próximo dos 6,5% e capital saindo para outros mercados.

Social: A política do governo sempre foi voltada para o assistencialismo, ( bolsa família, bolsa aluguel, bolsa gás, bolsa filhos, bolsa viagem e etc). Outra política implementada foi aumentar o crédito à famílias de baixa renda para o consumo. Do ponto de vista social uma boa proposta mas pelo viés econômico, quem paga essa conta? A sociedade!

Seria importante, " ensinar a pescar e não dar o peixe." Com isso o custo social aumentou e a diminuição das receitas levou as reivindicações "do quero mais".

Movimentos sociais como MST, MTST, sem tetos, movimento periferia ativa, resistência urbana, questão indígena, black blocs  entre outros movimentos sociais, buscam atingir suas reivindicações através de manifestações, como o  combate a "desigualdades e injustiça" e a corrupção que sangra o Estado Brasileiro.

O próprio governo está sendo refém das políticas sociais criadas. As pessoas querem mais e com a economia em "crise" não tem de onde tirar esses recursos.

Então o que pode acontecer em 2014?

A probabilidade de muitas manifestações por melhoria das condições dos menos favorecidos, utilizando se de meios como passeatas, distúrbios e invasões em áreas públicas e privadas.

Rebeliões em presídios espalhados pelo Brasil que se encontram em péssimas condições e sem assistência.

Próximo da Copa do Mundo, a probabilidade de manifestações e violência contrária aos gastos e corrupção é muito viável.  Não poderemos também descartar  greves públicas e privadas.

Outra variável importante é a inclusão neste cenário do crime organizado que já promete uma " Copa com problemas".

Como estamos trabalhando as variáveis externas? ex. um atentado terrorista.  Será que estamos preparados e prontos para isso? Vejamos alguns fatos:  Olimpíada na China, Eurocopa na Suiça, Copa do Mundo na África do Sul foram identificadas ameaças e agora na Rússia (Olimpíada de Inverno), um atentado terrorista.

A ineficiência dos governos em administrar o país e os estados por motivos (ideológicos, políticos, sociais e até religiosos), estão nos levando a uma crise social e política jamais vista na história do Brasil.

As instituições brasileiras passam por crise, descrédito e desconfiança da sociedade. A imprensa busca fazer seu papel mas está tomando uma linha muito perigosa. Também está sendo diminuída e agredida por movimentos e manifestantes para intimidar sua ação com a verdade.

O cenário é pessimista levando o país à uma crise e possível "revolução de classes", só vista em países socialistas e comunistas. " Eu posso o burguês não pode".

O Brasil vive "em tempos difíceis " e a falta de percepção da maioria da população brasileira,

Político: 2014 será um ano eleitoral onde o tabuleiro de xadrez está sendo montado e as peças sendo mexidas.

O cenário atual com 03 candidaturas prováveis:

A presidenta Dilma Rousseff (PT), na coligação PMDB, PRB, PDT, PTN, PSC, PR, PTC, PSB, PCdoB e PP.

O senador Aécio Neves (PSDB), ), oposição e na coligação DEM, PPS e Solidariedade.

E uma terceira via o governador de Pernambuco Eduardo Campos (PSB), com a ex Senadora Marina Silva.

Mas será que esse tabuleiro já está montado de fato?

Ou as peças poderão se mexidas em outras direções?

As coligações e os interesses dificultam as negociações de apoio. O PMDB já negocia mais ministérios para sua legenda. Com certeza os outros partidos também buscarão espaço nessas negociações.

Qual será o papel do governador Eduardo Campos nessas eleições? Será que ele é mesmo candidato à oposição?

Outro fato, será que o vice presidente Michel Temer está com tanto prestígio dentro do governo e mesmo no seu partido PMDB?

Os "caciques" do partido senadores José Sarney, presidente do senado Renan Calheiro, o presidente da Câmara de Deputados Henrique Eduardo Alves estão preocupado com a situação do vice presidente e/ou em atingir seus próprios objetivos?

O ex presidente Lula nunca escondeu a preferência do governador Eduardo Campos como vice na chapa da presidenta Dilma.

Como ficaria a situação da ex senadora Marina Silva neste cenário? Como está sem seu partido, (Rede Sustentabilidade), sobraria a candidatura a governadora ou senadora pelo Acre. Não podemos esquecer que ela poderá incomodar em qualquer cenário, pelos 20 milhões de voto que teve na última eleição presidencial.

Já o PSDB com a sombra do ex governador José Serra, ainda preocupa o senador Aécio Neves.

Qual será a posição do ex governador neste tabuleiro? Ele ainda tem sua importância dentro do partido e uma parte dos eleitores do Sudeste e Sul.

Ele e seus fiéis companheiros irão para a campanha com vontade?

Se houver segundo turno como será a composição dos partidos?  Qual será a posição de quem perder?

Cenário 2º Turno:

1 - Dilma e coligações;

2 - Dilma + Eduardo Campos e coligações;

3 - Aécio Neves e coligações;

4 - Aécio Neves + Eduardo Campos e coligações;

5 - Eduardo Campos + (Marina Silva) e coligações;

6 - Eduardo Campos + (Marina Silva) + Aécio Neves + coligações

As seis variáveis são possíveis e uma será a vitoriosa, porém a probabilidade num segundo turno ficaria mais favorável à oposição, entre Eduardo Campos e Aécio Neves.

São complexas as variáveis para se definir o cenário eleitoral, pela situação econômica, política e social que estamos vivendo em 2014.

Será também importante para o eleitor definir seu candidato, o envolvimento de políticos de expressão como o ex presidente Fernando Henrique Cardoso e Luiz Inácio Lula da Silva.

quinta-feira, 18 de julho de 2013

Parte 01 - Inteligência e Espionagem


Desde os primórdios a espionagem vem fazendo parte da humanidade e dos Estados.
No século IV A.C.; o General  Sun-Tzu  em uma das suas estratégias deixou o legado: “Tenha espiões por toda parte, seja informado sobre tudo, não negligencie nada que possa aprender...Um exército sem agentes secretos é um homem sem olhos nem orelhas.”

Moisés escolhe doze dos seus melhores homens para "espiar" a Terra de Cannã".
O imperador romano Júlio Cesar chama seus "engenheiros" para inventar uma barreira contra espiões que ouviam suas conversas com seus generais.

A história e os interesses evoluem e a espionagem também.
A partir do século XV as nações europeias buscam estratégias internas, protegendo  seus estados contra conflitos sociais e problemas econômicos.  Nas estratégias externas os Estados europeus intensificam a busca de riquezas e a necessidade de proteção de ameaças inimigas.
Nesta época a Europa buscava estratégias de segurança com redes de informações modernas, espionando seus inimigos e procurando novos negócios pelo mundo. Além disso, era necessário buscar sistemas eficientes de Contra-Inteligência para proteção da " Inteligência da Diplomacia", voltado para consolidar o poder e a ambição dos Estados europeus.
Os europeus ampliam seus interesses buscando aumentar sua influência entre os Estados e suas novas colônias. Nesta situação as metodologias da busca de informações se intensificam a terem espiões onde se tem interesse.
Na área de inteligência, as nações desenvolvidas da época, voltam seus serviços e conhecimentos para o exterior ganhando a imagem de ter espiões como principal fonte de obtenção de informações externas.
Nesta época a Inteligência Militar se intensifica buscando conhecer o inimigo para combate lo nos campos de batalha e também produzir conhecimento e proteção do Estado.
Napoleão utilizava se muito do sistema de Inteligência para obter informações, além de ser o chefe do Serviço de Inteligência Francesca.
O modelo napoleônico desenvolveu novas técnicas na produção de conhecimento, inovações tecnológicas, transportes, comunicações  através de sistemas de inteligência e contra-inteligência. Napoleão sempre contou com seus agentes internos e externos para obter informações.
Os  interesses e os conflitos se intensificam na Europa no final do século XIX. Os modelos de Inteligência já existentes inspiram novos Estados como a Prússia e a Inglaterra.
Com a Primeira Guerra Mundial a busca de informações se intensificam através de estratégias de combate e também da espionagem no exterior captando informações para alimentar os sistemas dos Estados.
Já na Segunda Guerra Mundial alguns serviços de inteligência Inglaterra, Estados Unidos, Alemanha e Rússia se destacam e especializam no combate de guerra.
As necessidades intensificam e essas nações através de seus espiões buscam informações estratégicas para corroborar na defesa e segurança de seus interesses.
O sistema Enigma de criptografia e descriptografia de mensagens secretas que os alemães utilizaram para acessar informações, foi quebrado pelos aliados e as informações obtidas foram fundamentais para o fim da Segunda Grande Guerra.
Em 1943 uma grande operação de espionagem é alavancada entre Inglaterra e Alemanha , os ingleses buscando informações estratégicas sobre a invasão da Sicilia e os alemães tentando proteger essas informações, utilizando várias técnicas de espionagem.  O comandante inglês Montagu, foi o responsável pela operação e o sucesso da mesma.  Um grande homem e patriota.
Com o final da Guerra as nações vencedoras intensificam investimentos na área de Inteligência e Contra-Inteligência, preparando e protegendo seus interesses buscando novos negócios e aumentando seu poder pelo mundo.
Com o fim da Segunda Guerra e o surgimento da Guerra Fria, duas nações se destacam na liderança mundial  Estados Unidos e a ex URSS.
As duas nações fizeram bem lição de casa, confiando no ciclo da história e investindo nas suas agências de inteligência CIA e KGB, que foram muito atuante na defesa de seus interesses.
Na Guerra Fria foram travadas várias situações históricas pela na Europa, nas Américas, na Ásia e África.
Os interesses nacionais e empresariais se expandem buscando informações e lucro, utilizando ferramentas dentre elas a espionagem.
A inteligência se solidifica na grandes nações e essas mesmas incentivam as inteligências estratégica, militar, competitiva e/ou empresarial .
Após atentados terroristas nos Estados Unidos, N.Y., 11/09/2001, um novo paradigma mundial se inicia, o combate ao terrorismo e acirra o interesse pela inteligência e espionagem, comentado pela imprensa, sociedade e estados.

Continuarei o assunto na parte 02.

 

 

domingo, 23 de junho de 2013

Caos na Gestão de Crise


Nas últimas duas semanas o Brasil vive uma situação inusitada em nossa história. Milhares de brasileiros se manifestam por causas justas buscando um país melhor.
As manifestações se iniciaram em São Paulo e Rio de Janeiro, e as contra medidas não foram  eficientes e adequadas, aumentando então, a tensão entre manifestantes e policiais.
A massa e a crise foi crescendo pelo país e,  qual foi a reação e as contra medidas do governo perante as manifestações?

Será que o GSI - Gabinete de Segurança Institucional - não tinha as informações estratégicas para assessorar a presidente da República?  E nos estados e municípios, não tem assessoramento para crise?
Será que a presidente não acredita na Inteligência Brasileira? ou o Ministro do GSI não está tendo a liderança e comando do gabinete e/ou mesmo da ABIN?
A Inteligência é a ferramenta fundamental para gerenciar um país e também uma empresa. Nos Estados Unidos, a inteligência é uma ferramenta prioritária para assegurar a segurança e a democracia do país. Quando se inicia uma crise, o presidente americano assume o comando e controle do gabinete de crise, conforme protocolos de local e dos membros participantes.
Se a Inteligência  foi ignorada ou mesmo descartada,  a presidente fica no escuro, sem entender e tomar decisões perante a crise nacional.
As manifestações cresciam todos os dias, e a população, empresas, imprensa e a comunidade internacional buscavam informações oficiais  junto aos governos federal, estaduais e municipais.
Mas a onde buscar a informação correta?
 O governo federal,  estados e municípios afetados diretamente pelas manifestações,  não estavam prontos  e não entendiam a crise e qual a sua origem.
Pergunta: Onde estava o gabinete de gerenciamento de crise dos governos para gerenciar e dar as respostas adequadas ao país?
 A presidente Dilma só se manifestou depois de vários dias do início da crise. Relembrando: A preservação da imagem numa crise é fundamental para a reputação e garantias do Estado.
Estamos no meio das Copas da Confederações. O investimento até a Copa do Mundo de 2014 será de aproximadamente 28 bilhões de reais. 
Com certeza a nação brasileira, investidores e a FIFA não estão satisfeito com o resultado, pois a cobertura da Copa das Confederações foi sufocada pelas manifestações em todo o Brasil.
E o prejuízo, quem paga?  
Ficou claro que o investimento em  Segurança dos Eventos não foi eficiente e adequado. Até agora se gastou mais de R$ 600 milhões de reais em segurança que não conseguiu identificar a extensão da crise trazendo prejuízos ao Brasil e o evento .
Foi criado o CICC - Centro Integrado de Comando em Controle - com alta tecnologia no Rio de Janeiro e outros locais para gerenciar o evento e as possíveis crises.
E qual foi a eficiência destes centros em identificar a crise das manifestações? Novamente esqueceram do investimento na capacitação  da Inteligência. O equipamento é importante mas o homem é fundamental.
Qual foi o preparo e a estratégia  para gerenciar a crise?
Em São Paulo e Rio de Janeiro, a primeira reação foi colocar a tropa de choque na rua, seguida por outros estados.  Será que  em nossos dias foi a estratégia mais adequada? Sabemos que não foi a mais eficiente pois o confronto aumentou.
O CDC - Controle de Distúrbio Civil - foi feito adequadamente? Assistimos no Rio de Janeiro a Polícia Militar dizendo que os "cases" serão estudados para diminuir os riscos e aumentar a eficiência.
Por que não foi estudado os "cases" nacionais e internacionais antecipando o preparo e eficiência para gerenciar as possíveis crises? Talvez não acreditassem que uma crise desta fosse acontecer no Brasil. Isso é despreparo.
Em Brasília, os manifestantes correram um grande perigo quando subiram nas cúpulas do Congresso Nacional. Imagine se caísse as cúpulas com as pessoas? Podem dizer, como controlar tantas pessoas? Se tivesse gerenciando a crise com certeza saberiam que as pessoas de Brasília iriam para o Congresso e antecipado a segurança adequada do local.
Na última quinta feira, em Brasília, o fato se repetiu e o confronto aconteceu novamente e os manifestantes correram, e alguns criminosos atacaram o Itamaraty. Mas será que o comando da Polícia de Brasília pensou para onde escoar as pessoas que estavam na frente do congresso?  
 Não são os fuzileiros navais que fazem a segurança do Itamaraty?  Se sim, onde estavam na crise? Onde está a integração dos poderes?
Hoje (23/06/13), Estado de São Paulo, Política, matéria - "O país nas ruas" , vem corroborar com a falta de preparo para a crise.
".......a presidente Dilma Rousseff criou uma espécie de gabinete de crise e rompeu o isolamento do Palácio do Planalto. Avessa a negociações e alvo de críticas no Congresso, ela foi obrigada a montar uma agenda de emergência......."
Gabinete de Crise não se improvisa é uma decisão estratégica para preparar medidas,  protocolos e decidir dentro do comitê as ações de gerenciamento de crise.
O gerenciamento de crise tem que ser definido como política estratégica do Estado, com planos de contingência e emergência,  com seu gestor e membros permanentes e convidados.
É necessário que o Estado esteja ligado aos riscos e as possíveis crises do país. A crise não se inicia agora ela já começou em  tempos anteriores.
O Estado  precisa ter a cultura e a organização de Inteligência preparada para proteger o interesse da nação e a integração com a sociedade, principalmente a  iniciativa privada, que investe e prepara suas ações para superar as crises.
Com certeza as manifestações por um país melhor não para por aqui.  O povo brasileiro e as manifestações faz parte da democracia e o Estado precisa entender as reivindicações e zelar pela segurança e integridade do país.
Nunca subestime a inteligência do povo brasileiro.

 

quinta-feira, 18 de abril de 2013

Atentado em Boston


Na última segunda feira  pessoas participavam  tranquilamente de uma maratona na cidade de Boston, USA, quando bombas foram detonadas causando  terror, ferimentos e mortes.
Novamente os Estados Unidos sofreram um " ataque terrorista", onde o Estado ficou imobilizado pela falta de informações (pré e pós), e a população atônica e aterrorizada com o evento.
O governo americano ficou aproximadamente 24 horas para reconhecer o evento como atentado terrorista.
Várias discussões são colocadas no sentido de definir terrorismo pelo  Estado, impressa e instituições.
Pergunto:
Será que os terroristas sejam internos ou internacionais se preocupam com a definição clássica?
Claro que não!
Minha definição básica:
Terror:  Ato ou ameaça de violência psicológica provocando reações de medo, tensão e despreparo aos cidadãos e ao Estado.
Terrorismo:  Ameaça ou uso de violência para atingir cidadãos civis e até militares,  através da indução do terror , utilizando  métodos operacionais para ferir, matar e destruir.
Não podemos esquecer que após os ataques as torres em Nova York (11/09/2001), o governo americano criou o USA PATRIOT Act, como objetivo de fortalecer as instituições, fornecendo instrumentos apropriados para combater o terrorismo.
Para fortalecer mais o combate ao terrorismo o ex-presidente George Bush, sancionou a Doutrina Bush, que tinha também o objetivo de  fortalecer o combater ao terrorismo.
Estas políticas foram inseridas no texto do Conselho de Segurança Nacional, intitulada " A Estratégia de Segurança Nacional dos Estados Unidos,  de 20/09/2002.
A definição clássica de terrorismo na situação de um ataque é o que menos importa, as leis americanas existem podendo utilizar  todos os recursos  de defesa e segurança para combater o terrorismo.
Os  terroristas  procuram sempre divulgar suas motivações e causas . Interessante, nesse evento em Boston isto não aconteceu.  Por que será?  Estamos vivendo uma nova fase do terrorismo?
Até agora no "Terrorismo Clássico" pós ataque,  grupos assumiam autorias e mostravam se dispostos a causa.
O "modus operandi"  neste evento teve  as características de terrorismo, vejamos:

·        Ataque determinado - estudo e preparo do local e ambiente  - (primeira bomba - final da maratona - maior número de pessoas concentradas; segunda bomba - no sentido oposto da maratona em  tempo mínimo, provocando pânico,  fazendo com que as pessoas corressem  em sentido desorientado e oposto, provocando choques e aumentando a  letalidade das vítimas; 

·        Atingir o maior número de civis com a explosão e o impacto das bombas preparadas com perfurantes pregos, para causar mortes e o maior número de feridos;  

·        Causar maior impacto no sistema do Estado, como paralisação de transporte, escolas, sistema financeiro e outros, não só da cidade de Boston mas também dos Estados Unidos, pelo impacto que o terror provoca à esta nação;

·        Agir diretamente (psicologicamente) na sociedade, fragilizando a confiança da população nas medidas de segurança do Estado.  (Segurança = Sensação); e

·        Utilizaram o terrorismo indiscriminado, utilizando  explosivos e dispositivos de bombas a distância para atingir o maior número de pessoas.

Após  três dias ainda não foi identificado os autores e nem as motivações que levaram ao ataque em Boston. Lembramos que sempre um ataque terrorista utiliza uma característica difícil de se combater:  A  Surpresa!
Os Estados Unidos,  possuem um conjunto de agências de inteligência e forças militares e policiais, que buscam a defesa e a segurança da nação.
Mas isto ainda não é o suficiente, o paradigma da situação mundial, crises econômicas, sociais, conflitos e guerras,  levam o " terrorismo clássico", como o Al Qaeda, Talibã e outros grupos e situações, a divulgarem suas causas com maior facilidade e amplitude, criando também células individuais e independentes que buscam atingir os objetivos das causas e motivações.
Também não podemos esquecer que o desenvolvimento e novas tecnologias favorecem as pesquisas e também os incrementos de novas técnicas que operacionalizam o terrorismo.
Hoje, uma das grandes preocupações pelo mundo é um ataque ciber terrorista, que poderá trazer consequências imprevisíveis.
A surpresa de um ataque pode acontecer mas não podemos ser surpreendidos.

sexta-feira, 29 de março de 2013

Riscos e Ameças Presentes


As crises e riscos climáticos, sociais,  econômicos e cibernéticos estão aumentando geometricamente pelo mundo e no Brasil , através das catástrofes, emergências ,  ameaças e vulnerabilidades.
Os Estados Unidos até hoje não se recuperaram  da catástrofe do Katrina (2005), onde o desastre vitimou aproximadamente  1000 pessoas e tiveram 100 bilhões de dólares em prejuízos .
No ano passado, na região de New Jersey o  Furacão Sandy  trouxe novamente mortes e prejuízos.
No Japão em 2011, tivemos um Tsunami que arrasou a região de Fukushima.
Empresas japonesas com enchentes e inundações na Tailândia perderam mais de 450 milhões de dólares no ano passado.
Mesmo com toda a preparação e proteção que as grandes nações implementam em seus países, os sinistros e desastres  são grandes em decorrência da proporção dos eventos catastróficos.
E no Brasil, o que estamos fazendo?
As catástrofes, emergências e ameaças estão aumentando  em todas as regiões do país. No norte e nordeste estamos com uma grande seca, no Sul e Sudeste, estamos com tempestades, inundações e outras ameaças.
O banco mundial relatou que o Brasil teve perdas financeiras de R$ 15 bilhões entre 2008/2011, com desastres naturais nas regiões de Santa Catarina, Alagoas, Pernambuco e Rio de Janeiro.
Em março (2013), aconteceu novamente um evento na região serrana do Rio de Janeiro e novamente, as medidas foram ineficientes e ineficaz.
Não é só colocar sirenes para alertar a população que irá resolver os problemas de desastres e calamidades.
Primeiro, temos que adquirir uma cultura de prevenção e preparo para catástrofes;
Segundo, precisamos de recursos para a prevenção e preparo para os eventos. E que, esses recursos, sejam administrados e fiscalizados por pessoas capacitadas;
Terceiro,  precisamos de especialistas e pessoas preparadas para lidar com o assunto, não apadrinhados que passam mal quando se ver um desastre;
Quarto, precisamos de verdadeiras lideranças e que a população acredite no seu governo. Isso não é utopia, e sim necessidade já que a população está desacreditada em nossos governante e políticos pela falta de gerenciamento e pela corrupção.
Estudos do BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento), estimam que o aumento de temperatura  causarão perdas avaliadas em 100 bilhões de dólares até 2050.
O  mesmo estima que em 2050 a América Latina e Caribe perderão de 30 a 50 bilhões em exportações agrícolas.
O Brasil é o patrocinador de grandes eventos como Copa das Confederações, Papa e Jornada Mundial da Juventude, Copa do Mundo e Olimpíada.
Estamos construindo grandes  estruturas  para os eventos no Brasil , mas estamos preparados para  proteger esses negócios? Na minha opinião, não.
Veja as notícias:  " FIFA exige que o governo responda pela falta de segurança e desastre natural" O Estado de São Paulo, 17/01/2012.
" A Lei Geral obriga o governo federal a indenizar a FIFA em caso de determinados incidentes".
Vocês sabem o porquê disso?
Porque no caso de um incidente, uma catástrofe ou emergência o governo brasileiro será responsabilizado e terá que indenizar a FIFA por não cumprir as exigências da Lei Geral da Copa.
Já imaginou alguns eventos que poderiam acontecer?
- Greve de transportes, de funcionários públicos, paralisações e reivindicações ;
- ataques do crime organizado;
- falta de abastecimento e energia nos eventos;
- ataques cibernéticos nos eventos;
- tempestades, inundações;
- ataques terroristas.
Muitos dizem isso é improvável, mas não podemos negligenciar e descartar uma hipótese de um evento acontecer.
Precisamos repensar nossas estratégias e definir o que é melhor para o país.
Não podemos nos esquecer, que o mundo passa por uma nova ordem política, econômica  e de segurança.
Devemos acreditar,  ter competência  e  estar prontos para minimizar os riscos em nosso país.
As catástrofes e emergências poderão  acontecer e se não estivermos preparados poderemos ter grandes decepções e perdas materiais e humanas novamente.
É importante a visão para a estratégia. Enxergar os problemas e as soluções e disponibilizar recursos para o preparo  e proteção, deixando  os interesses exclusos e a vaidade dos incompetentes que buscam só tirar proveito das situações.



 

domingo, 4 de novembro de 2012

Crise em São Paulo 2012


Estamos vivendo mais uma crise de segurança pública em São Paulo, onde policiais estão sendo emboscados e alvejados covardemente e a população acuada e aterrorizada com as mortes que estão acontecendo diariamente.
Infelizmente mais uma vez as autoridades de São Paulo não estão sabendo lidar com a crise de segurança.  Falta primeiro respeito, humildade, sensibilidade e mesmo conhecimento da crise.

Quando se inicia uma crise num Estado precisamos te liderança efetiva por parte do seu governante, onde seus comandados e a população acreditem nesta liderança e no resultado.

Isto não está acontecendo em São Paulo nesta crise de segurança. São entrevistas desconexas e sem liderança, esperando o tempo passar e as coisas se resolverem.
Vejamos a diferença de liderança e preparo para uma crise.

Na última semana os Estados Unidos passaram por uma crise natural com a passagem do furacão Sandy, provocando a morte de dezenas de pessoas e a destruição das cidades de New York e New Jersey na costa leste.
As cidades ainda sofrem com as consequências da passagem do Sandy, mas temos que reconhecer o preparo e a execução do planejamento da crise e da contingência para minimizar os riscos e perdas.

O plano foi acionado pelo governo federal  através do FEMA - Federal Emergency Management Agency, responsável em planejar, preparar e executar as operações de contenção da crise.
O presidente Barack Obama assumiu a posição de Líder da operação gerenciando a crise, mesmo próximo de uma eleição e arriscando sua reeleição.
Também não podemos esquecer da liderança e perseverança do prefeito Michael Bloomberg de NY e o governador Chris Christie de New Jersey.

Sempre devemos estar preparados para  as possíveis crises.
Alguns meses atrás foi roubado do Exército Brasileiro no interior de São Paulo, 3.000 cartuchos de fuzil . E o que foi feito?

O Exército Brasileiro acionou seu plano de ação impedindo a venda de drogas no envolto da cidade de Pirassununga.
E o que aconteceu?

Os donos do tráfico na região mataram dois bandidos e entregaram um  as autoridades e o Exército recuperou toda munição roubada.
Mostrou estar pronto e ter estratégia para a crise.

Nesta crise que estamos vivendo em São Paulo será que não falta?
- Um gabinete para gerenciar esta crise de segurança pública;

- O gabinete ( Local determinado );
- Liderança - ( o governador no seu papel de líder máximo da crise);

- Apoio -  (Secretário de Segurança, Administração Penitenciária, Comandante da Polícia Militar, Delegado Geral da Polícia Civil, Ministério Público e outras autoridades e instituições que forem necessárias);
- Apoio ativo da Inteligência do Estado - buscando identificar e mapear as regiões contaminadas; organizações insurgentes e objetivos e as motivações dos ataques;

- Contra Inteligência  protegendo  o sistema e as pessoas envolvidas;
- Logística de material e Mobilização de pessoal  ativo para a situação;

- Desenhar o planejamento, preparo e execução das operações;
- Agir dentro da legalidade; e

- Retomar a segurança do Estado e a tranquilidade da população;

Caso contrário se a situação persistir:
- A violência tenderá  a aumentar morrendo mais  civis, policiais e criminosos;

- O descrédito do governo e autoridades paulista tenderá a se agravar;

- A população paulista em choque e medo de sair pela cidade;
- O comércio (restaurantes, lojas, cinemas, bares), terão prejuízos, já que as pessoas  estão deixando de com mais frequencia a noite e assim diminuindo o consumo;

- Baixo moral dos policiais pela falta de liderança e isso poderá nos levar a uma greve, reivindicando melhores condições de trabalho;
- Possível intervenção no Estado de São Paulo pelo governo federal, através da Força Nacional, FFAA e Polícia Federal.

Finalizando o texto deixo a mensagem.
A Sociedade e o Estado são maiores que a política. Não deixe São Paulo ser vencido pelo crime.

 

quinta-feira, 18 de outubro de 2012

Crise em Viracopos


As crises econômicas, financeiras, políticas e sociais se intensificam todos os dias na Europa, Ásia , Estados Unidos, Oriente Médio e na América Latina.
O Brasil ainda se destaca no cenário internacional principalmente na área econômica, canalizando investimentos externos com retorno de bons lucros para suas matrizes e investimentos internos pelos programas governamentais e para o financiamento  dos grandes eventos que se aproximam.
Mas ainda temos grandes óbices em áreas centrais do governo , como: falta de  infraestrutura, falta capacitação profissional e inovação,  corrupção , falta de políticas públicas eficientes e eficazes, falta de segurança e desconfiança efetiva no desenvolvimento sustentável do país.
A falta de estratégia  e visão governamental e mesmo empresarial, está levando a prejuízos e desconfianças de investidores e da população.
Estamos com vários eventos programados no Brasil: Copa das Confederações (2013), Visita do Papa (2013), Copa do Mundo (2014), Olimpíada (2016) e outros grandes eventos artísticos e esportivos. Também não podemos esquecer das obras de infraestrutura que estão sendo executadas no país.
Mas o governo e as empresas estão e ou se preparam para os riscos e crises ?
No último final de semana no aeroporto internacional de Viracopos em Campinas,  tivemos um evento, o estouro de um pneu de um avião de carga na pista principal,  gerando mais uma crise no setor aéreo nacional .
Pergunta?
1 - Onde está  o planejamento estratégico, operacional e tático para lidar com a crise?
2 - Onde está o plano de contingência e de crise para este evento? Se tem, por que demorou tanto tempo para resolver a crise? Quem foi o responsável em  gerenciar a crise? Alias, foi acionado o plano de crise?
3 - Foram avaliados os riscos do aeroporto ?

O aeroporto ficou fechado por 46 horas; 512 voos foram cancelados e 40 mi passageiros foram prejudicados.
De quem é a responsabilidade e quem paga todo esse prejuízo financeiro e moral?

As seguradoras irão reavaliar seus seguros para este aeroporto. E com certeza para toda infraestrutura dos eventos no país, já que a desconfiança aumenta.
O que vemos mais uma vez são instituições governamentais se eximindo de culpa e repassando para empresas privadas que também não podem ser eximidas de culpa, pela falta de gerenciamento e repasse de informações destas situações pré existentes.
Será que ninguém sabia que um aeroporto de importância logística e comercial como Viracopos, não poderia ser surpreendido com  este acidente? Ninguém pensou em adquirir um recovery kit air como equipamento de socorro para uma possível crise?
Foi gerada uma crise corporativa com perdas financeiras, confiança e emocionais para todos os envolvidos e para o país.
Mas será que todo este estresse seria necessário caso governos e empresas investissem mais no preparo e prevenção de riscos e crises?
Falamos tanto de PPP - Parceira Público Privado e por que isso não é feito na prática num caso simples de um estouro de pneu, (previsto), onde os riscos poderiam ter sido minimizados e a crise ser bem gerenciada ?
Vejamos um exemplo positivo:
"A Quatar Airways tem reforçado suas operações com a aquisição de equipamento completo de recuperação de aeronaves - a primeira companhia aérea no mundo a possuir o kit de estado-da-arte completa.Há apenas 11 kits completos a nível mundial, mas as peças dentro de cada kit são de propriedade separadamente pelas companhias aéreas e aeroportos em todo o mundo.

O equipamento completo é o primeiro de seu tipo em qualquer lugar do mundo.
A Qatar Airways kit de recuperação de aeronaves é transportável e capaz de recuperar a aeronave de passageiros maior do mundo, o Airbus A380, a partir de sites de incidentes em qualquer lugar do mundo, além de quaisquer outros tipos de aeronaves.

Com um investimento de EUA $ 3,2 milhões, o equipamento permite hub da companhia aérea Doha para ser capaz de recuperar as peças do equipamento de qualquer tipo de aeronave após um incidente que torna uma aeronave não operacional.

Prática típica na indústria da aviação chama para a companhia aérea e do aeroporto para completar a devida diligência na remoção de uma aeronave de um local onde foi danificado como resultado de um acidente.
Qatar Airways recentemente testado cada aspecto de seus equipamentos recém-adquiridos em um exercício que foi um esforço conjunto realizado pela companhia aérea Qatar Aviation Services, Aeroporto Internacional de Doha e observado por Qatar Civil Aviation Authority e da Força Aérea do Qatar.

Qatar Airways emprega uma equipe dedicada totalmente treinados no equipamento.

O executivo-chefe da Qatar Akbar Al Baker disse: "Quando olhei para comprar uma completa end-to-end kit de recuperação de aeronaves, avaliamos o que beneficia o equipamento traria não só para a Qatar Airways e Aeroporto Internacional de Doha, mas sim como um investimento para a indústria como um todo".
Mais no Brasil as coisas são diferentes. A vaidade, a arrogância e o despreparo de muitos nos levam a crises e "cases" negativos que são repercutidos no mundo todo quebrando a confiança no país.
Agora um burocrata está levantando os fatos e as culpas para serem apuradas. Como já é notícia passada, o assunto e relatório irá para uma gaveta e esquecido.
Continuamos sendo omissos e displicentes  com as nossas "coisas" e segurança.
Com esta filosofia que no Brasil nada acontece, a falta de zelo, preparo e inteligência poderá nos levar a situações e desastres nunca acontecidos no Brasil.